São Paulo, sábado, 11 de novembro de 2006

No tempo do seu tataravô

Na época da monarquia, o governante do Brasil não era escolhido pelo voto do povo

Reproduções de "De Volta à Luz", do Instituto Cultural Banco Santos
Família real brasileira em Petrópolis (RJ), em 1889, às vésperas da Proclamação da República


ROBERSON DE OLIVEIRA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Há muito tempo, quando os nossos tataravôs eram crianças, o governante do Brasil não era escolhido por intermédio do voto, como acontece hoje em dia.
Ele tinha de ser escolhido no interior da família que descendia de dom Pedro 1º, primeiro imperador do Brasil. Foi assim que dom Pedro 2º, filho de dom Pedro 1º, virou imperador. Era o tempo da monarquia.
Depois de mais de 40 anos governando o Brasil, dom Pedro 2º começou a enfrentar opositores. Por diversas razões, vários brasileiros discutiam que o Brasil deveria adotar um outro sistema: a república, regime em que os cidadãos escolhem o seu governante.
Insatisfeitos, os fazendeiros reclamavam da filha do imperador, a princesa Isabel, que assinara a Leia Áurea. Os militares, que diziam receber menos verba do que a Marinha, também andavam descontentes.
Até o dia em que os oficiais do Exército chegaram à conclusão de que o único jeito de mudar a situação era derrubar o imperador, acabar com a monarquia e implantar a república.
Segundo boatos da época, os militares se reuniram para decidir sobre a derrubada da monarquia no dia de uma festa no Rio de Janeiro, com a presença da família real. Foi no Baile da Ilha Fiscal.
Verdade ou não, o fato é que, cinco dias depois, em 15 de novembro de 1889, o marechal Deodoro da Fonseca proclamou a república e determinou o exílio da família de dom Pedro 2º, que foi embora para a França.

Roberson de Oliveira é professor de história e autor de livros didáticos e paradidáticos.

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