São Paulo, sábado, 4 de agosto de 2007

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Fim do esconde-esconde

Rebecca se cobra muito e espera pelo boletim ansiosa


WILLIAN VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A campainha toca, e adivinha quem está do outro lado da porta? É o boletim, uma visita bem indesejada para algumas crianças.
A partir deste mês, o boletim será enviado pelo correio para as casas dos alunos das escolas estaduais de São Paulo. E os pais ainda poderão ver as notas na internet.
Rutennya Rocha, 10, já sabia disso. "Minha mãe nunca tem tempo de buscar o boletim. Vou ensiná-la a vê-lo na internet", conta.
Já Mayara Costa, 11, ouviu a novidade do repórter da Folhinha. "Vou ficar de castigo, sem videogame nem computador", disse.
Mas ela tem um plano. "Vou acordar cedo, dar comida para o cachorro e preparar o café da manhã. Assim minha mãe acorda feliz e não puxa minha orelha."
Luka Fraga de Oliveira, 9, diz que não sabe se suas notas virão boas ou ruins, mas que ficar ansioso enquanto espera não irá alterá-las.
"Desejo que venham notas boas." E se vier alguma ruim? "Aí vou estudar mais! O boletim serve pra gente saber se está estudando o tanto que precisa."
Para Johana Loureiro Silva, 11, que sempre tira boas notas, essa entrega em domicílio é um estímulo para quem estuda menos se aplicar mais. "Já quem estuda muito vai poder mostrar."
E quem continua recebendo o boletim na escola para entregá-lo aos pais pode sentir aquela vontade de dar um sumiço nele se as notas estiverem ruins.
"Mas esconder é pior porque aí não posso recuperar as notas depois", diz Beatriz Santos Pereira, 7.
E ela sabe bem do que está falando. No ano passado, o boletim dela veio com uma nota vermelha. "Minha mãe viu e ficou muito brava", lembra.
O psicólogo Yves de La Taille, professor da USP (Universidade de São Paulo), dá uma dica para enfrentar o dia do boletim.
"O melhor é conversar com os pais já durante as férias e pedir ajuda se o resultado vier ruim. Assim, quando o boletim chegar, não haverá surpresa."

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