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11/12/2010

Após estabilidade, índice de atrasos pode voltar a crescer

NATÁLIA CANCIAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O número de voos atrasados nos aeroportos do país pode quadruplicar nos próximos três anos, caso o fluxo de passageiros mantenha a tendência de crescimento de no mínimo 15% anuais.

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Os dados são da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, da USP), que faz estudos com base no horário de chegada dos aviões e do número de embarques e desembarques. A projeção leva em conta a situação atual dos aeroportos, sem ajustes de infraestrutura (veja quadro ao lado).

Para o economista e mestre em engenharia de infraestrutura aeronáutica pelo ITA Moisés Vassallo, um dos responsáveis pela pesquisa, a estimativa é um alerta para a necessidade de investimentos nos aeroportos.

"O sistema está muito congestionado. Não dá para crescer nada com a infraestrutura que existe hoje", diz.

Segundo ele, o aumento no fluxo de passageiros faz com que os aeroportos comecem a demandar mais recursos, uma vez que mais aeronaves entram em operação no mesmo espaço.

"O atraso em um voo gera efeitos em todos os posteriores. Hoje, mesmo quando não passaram os meses de maior movimento, já é possível ver que os aeroportos operam no limite", afirma.

O fluxo de passageiros neste ano cresceu cerca de 20% em relação ao ano anterior. Os 15% usados no estudo levam em conta um cenário mais próximo da média dos últimos sete anos.

Para 2011 a demanda de passageiros pode ter alta de até 25%, dependendo de fatores econômicos. Nesse caso, sem investimentos, os atrasos seriam ainda mais frequentes, afirma Vassallo.

NA MÉDIA

Em 2010, a média de atrasos nos aeroportos brasileiros se mostra por ora estável em relação ao ano anterior. O índice deve fechar próximo a 12% dos voos, segundo a Infraero (veja tabela abaixo). O valor corresponde a cerca de 90 mil pousos e decolagens com mais de 30 minutos de diferença do horário programado.

A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) estima uma mudança nesse padrão para o mês de dezembro, período de maior movimento nos aeroportos. A previsão é receber 14 milhões de passageiros nesse período e chegar a 18% de voos com atraso --seis pontos percentuais acima da média deste ano.

Os dados foram apresentados pela presidente da agência, Solange Vieira, em reunião realizada em novembro com representantes do setor. Para ela, apesar das boas expectativas, os índices podem mudar por "problemas meteorológicos que são imprevisíveis".

Fatores como a falta de tripulação (o que levou a uma série de atrasos e cancelamentos em voos da TAM na última semana de novembro, e da Gol, no final de julho deste ano) não foram considerados durante a abordagem da Anac sobre a questão dos atrasos. As companhias dizem que já realizaram contratações reserva para dezembro.

Solange diz ainda que os números atuais são "bons" e estão dentro da média da Europa, onde 17% dos voos atrasam no final do ano.

Editoria de arte/Folhapress
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