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Após trégua, Estados Unidos enviam armas para Exército libanês
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da Folha Online
Os EUA enviaram ajuda militar ao Líbano nesta sexta-feira, um dia depois que uma trégua foi declarada no campo de refugiados de Nahr al Bared, em Trípoli (norte). A violência entre o Exército libanês e membros do Fatah al Islam, que teve início no domingo (20), matou ao menos 81 e provocou a fuga de milhares.
O governo libanês pediu mais ajuda militar dos EUA depois que os confrontos eclodiram. Segundo fontes da segurança, o governo americano avisou que a ajuda estava a caminho.
Mohamed Azakir/Reuters |
Avião jordaniano carregando armas e munições dos EUA aterrissa em Beirute |
Quatro aviões transportando armas, munições e equipamentos que estavam em depósitos dos EUA na região chegaram hoje ao aeroporto de Beirute, segundo fontes da segurança. Outros dois vôos já estão programados.
Países árabes também prometeram enviar ajuda. Os EUA declararam apoio ao governo libanês, dizendo que o Fatah al Islam é um grupo de "extremistas violentos".
Ontem, o grupo radical trocou tiros com o Exército por cerca de meia hora. Confrontos isolados continuaram durante a madrugada, mas a calma foi restaurada hoje.
Também hoje, soldados libaneses extras foram destacados para a região de Nahr al Bared.
Grande parte dos cerca de 40 mil membros do Exército está destacada ao longo da fronteira com Israel, no sul do Líbano, com a Síria (ao norte e leste) e dentro e ao redor de Beirute.
Muitas unidades que estavam em Beirute para tentar amenizar as tensões sectárias em meio à crise política deixaram suas posições e seguiram para o norte, segundo testemunhas.
Situação humanitária
Segundo a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA, em inglês), cerca de 15 mil palestinos ainda estão no campo, que abriga um total de 40 mil.
"A situação humanitária em Nahr al Bared se deteriora", disse a porta-voz da agência, Hoda Elturk. "Nossos caminhões com comida e água estão prontos, mas nossas equipes não podem entrar porque não é seguro", afirmou ela.
Ben Curtis/AP |
Soldados libaneses passam por região de campo de Nahr el Bared em veículo militar |
O Ministério da Defesa libanês estima que cerca de 50 ou 60 membros do Fatah al Islam morreram nos confrontos que, segundo o governo, tiveram início após ataques deliberados do grupo contra soldados libanesas. Os radicais negam, dizendo que agiram em auto-defesa.
O Fatah al Islam é acusado de manter vínculos com a rede terrorista Al Qaeda. Autoridades libanesas alegam ter detido integrantes sauditas, argelinos, tunisianos e sírios do grupo.
O Líbano acusa a Síria de apoiar o grupo, acusação que é negada pelo governo de Damasco.
Combate ao terror
O premiê libanês, Fouad Siniora, afirmou nesta quinta-feira que irá erradicar o terrorismo. Em discurso exibido na TV libanesa, Siniora afirmou que o Fatah al Islam é uma "organização terrorista", e acusou o grupo de tentar usar o "sofrimento e a luta do povo palestino".
"Nós trabalharemos para erradicar e derrotar o terrorismo, mas protegeremos nossos irmãos nos campos", afirmou Siniora, reforçando que os combates não se dirigem aos cerca de 400 mil palestinos que vivem em todo o Líbano.
Suas declarações ocorrem um dia depois que o ministro da Defesa libanês, Elias Murr, fez um ultimato ao Fatah al Islam, dizendo que eles deveriam se render ao Exército.
"Preparações estão sendo feitas com seriedade para pôr um fim a esta situação", disse Murr nesta quarta-feira. "O Exército não vai negociar um grupo de terroristas e criminosos. Seu destino é a prisão ou, se eles resistirem, a morte", completou.
Campos de refugiados
O Líbano possui 12 campos de refugiados, onde vivem milhares de palestinos que enfrentam problemas como a pobreza e a superlotação.
Hussein Malla/AP |
Civis palestinos deixam campo de refugiados em caminhão para fugir de violência no Líbano |
O Exército libanês não tem permissão para entrar nos campos, segundo um acordo com a Autoridade Nacional Palestina (ANP) que data de 1969.
Os atuais confrontos, os piores enfrentamentos internos desde o final da Guerra Civil (1975-1990), mataram ao menos 81 pessoas-- 22 membros do grupo radical, 32 soldados e 27 civis--, de acordo com a agência de notícias Reuters.
Os palestinos que deixaram suas casas nesta quarta-feira descreveram cenas de violência. "Todas as casas foram destruídas. Estamos indo embora e não sabemos o que será de nós", disse Nizar Sharaf, 35, à agência Reuters. Ele carregava no colo o filho de quatro anos.
Com Reuters e Associated Press
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