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Retratos da China

04/05/2005

Musicas latina e eletrônica contagiam chineses

CLÁUDIA TREVISAN
Especial para a Folha Online

Contrariando o estereótipo de contenção e falta de ginga orientais, as cidades chinesas vivem uma explosão de danceterias e clubes noturnos, que se multiplicam no mesmo ritmo alucinante de crescimento da economia.

Para alguém nascido no Brasil, o mais surpreendente é ver casais chineses contagiados pela febre latina que já se alastrou pela Europa e Estados Unidos.

Claudia Trevisan/Folha Imagem
Casais dançam no Salsa Caribe, um dos clubes de música latina de Pequim
Com ajuda de professores e disciplina oriental, inúmeros casais dominam os segredos da salsa, rumba e merengue e integram um grupo que ganha novos adeptos a cada dia. A maioria dos dançarinos ocupa as pistas dos clubes com talento equiparável ao de nascidos nas regiões tropicais do outro lado do planeta.

Em Pequim, os principais locais de encontro da tribo são o veterano Latino's e o recém-inaugurado Salsa Caribe. O primeiro conta com banda e cantores venezuelanos e, o segundo, é animado por músicos cubanos.
Fora dos clubes, há várias escolas que se dedicam a ritmos latinos e incluem em seu repertório o tango argentino e o samba brasileiro. Mas a salsa é a preferida.

Além do universo latino, as danceterias são dominadas pela música eletrônica. No ano passado, Pequim entrou na rota de DJs com fama internacional e recebeu nomes como Paul Van Dick e Sasha, que fãs da música eletrônica em qualquer lugar do mundo podem reconhecer.
O público costuma ser uma mescla de estrangeiros e chineses, mas os últimos dominam alguns clubes, como o Banana's, que no ano passado perdeu o título de maior de Pequim para o Tango.

Ao lado dos novos clubes ocupados pelos jovens, os habitantes de Pequim preservam o hábito de dançar ao ar livre, em praças ou amplas calçadas. Em uma demonstração de que a paixão pela dança é um traço de sua cultura, casais costumam transformar esses espaços em salões de baile, onde ficam durante horas.

Nesses casos, a dança mais comum é uma espécie de "tango chinês", menos exuberante e sensual que sua versão argentina. Ao lado dos casais, sempre há professores, dispostos a orientar os novatos ou menos habilidosos.

O que mais impressiona é a rapidez com que a vida noturna de Pequim se diversifica. Há cerca de dez anos, os estrangeiros que visitavam a cidade se queixavam da ausência de restaurantes, bares e clubes fora dos hotéis de luxo. Hoje, a capital tem uma versão em chinês da "Time Out" e duas revistas em inglês com guias de lugares e atrações culturais.

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    Claudia Trevisan, colunista da Folha Online, foi correspondente da Folha de S.Paulo em Pequim até abril de 2005. Atualmente é repórter da editoria de Brasil. Também trabalhou em Buenos Aires como correspondente do jornal Valor Econômico.

    E-mail: ctrevisan@folhasp.com.br

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