Cláudia Collucci: Poucos hospitais adotam medidas de controle da radiação
Há mais de uma década, os periódicos científicos publicam artigos sobre os perigos da tomografia para as crianças. Em 2001, um estudo no "Jornal Americano de Radiologia" dizia que elas estariam recebendo doses de radiação até cinco vezes maiores do que o necessário.
Os novos estudos estão cada vez mais assertivos, ainda que se levem em conta as limitações metodológicas.
Tomografia eleva o risco de câncer em crianças e jovens
O fato é que existe um movimento mundial por menos exames radioativos nos pequenos. No caso de doenças pulmonares crônicas, já se discute dispensar fases do protocolo do tratamento (que prevê exames periódicos) para evitar a radiação.
Hoje não há um limite de quantos exames uma pessoa pode fazer em segurança. Quanto menos, melhor.
Nos hospitais brasileiros, porém, pouca coisa mudou. Exceto por instituições de referência que já adotam mecanismos para reduzir a radiação, com programas ou aparelhos mais novos, ou por médicos que deixaram de pedir exames desnecessários, a maioria parece que ainda não se convenceu dos riscos.
O Instituto da Criança do Hospital das Clínicas vem tentando motivar os médicos a só pedir tomografias em situações necessárias. A proposta é que invistam no exame clínico ou em testes sem radiação, como o ultrassom.
É um caminho, mas que deve ser trilhado em conjunto com uma fiscalização mais atuante da segurança dos tomógrafos. Já a população deveria pedir por escrito a dose de radiação a que foi submetida e se conscientizar de que exame demais (e desnecessário) faz mal à saúde.
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