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Eduardo Pacheco e Chaves

Quem é ele?

Eduardo Pacheco e Chaves, 41, administrador de empresas e ex-atleta de rúgbi, casado, uma filha

Organização: Associação Hurra!

Ano de fundação: 2008
www.hurra.org.br

*dados de 2011

A Hurra! mescla atividades de disseminação do rúgbi com inserção dessa modalidade em equipamentos públicos por meio da formação de professores de educação física no papel de multiplicadores do esporte e transformadores sociais. Desenvolve entre as crianças habilidades para o trabalho em equipe, respeito ao próximo, educação cidadã, participação proativa, cooperativismo e ganho de autoestima. A ONG beneficia diretamente 320 crianças em seu projeto principal, em 17 CEUs (Centro Educacional Unificado) na periferia das zonas sul e leste de São Paulo.

Gritos de paz

De olho nos diferenciais do rúgbi, administrador insere o esporte da bola oval em escolas públicas

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DE SÃO PAULO

– Ei, o que você faz?
– Eu tenho uma ONG. Uma ONG de rúgbi.
– Rúgbi. Mas é um esporte tão violento.
– De jeito nenhum...

O diálogo iniciado em 2008, durante fórum para prefeitos, entre o administrador Eduardo Pacheco e Chaves e a professora da FGV Patrícia Tavares marcou um divisor de águas na vida da ONG Hurra!, criada há três anos por quatro amigos ligados ao rúgbi.

Não, não foi fácil para Eduardo, então com olho roxo e três arranhões herdados de um jogo na véspera, convencer a recém-conhecida e futura esposa de que a paixão da sua vida era "o" esporte da inclusão. Mas ele conseguiu! Tanto que Patrícia fez curso da modalidade e é hoje a coordenadora pedagógica da ONG.

Atrair pessoas para a Hurra! é natural em Eduardo, 41, porque, mesmo tendo chegado ao rúgbi de forma inusitada, convidado por amigos franceses, e de ter aceitado jogá-lo para mostrar à família que era capaz de fazer algo diferente e ousado, ele tem em mente que o esporte pode oferecer mais do que só o jogo.

"Sempre aprendi, em casa e com o meu avô paterno, que ajudou a formar o que é hoje o PMDB, que é preciso fazer algo para ajudar o Brasil."
Isso ficou mais claro após ter sido baleado duas vezes por dois jovens na saída de um caixa eletrônico. "Acertaram-me no braço e na barriga. Tive medo. Mas o preparo físico do rúgbi me ajudou. E eu ainda sentia que tinha algo a fazer na vida.”

Esse episódio afetou a carreira de atleta (o tempo para se curar o deixou defasado) e deu contornos à face do empreendedor. "Não foi tão fácil, só sabia que tinha que evitar que outros meninos chegassem àquela situação."

Assim, deixou de lado o talento que tinha com vendas, especializou-se –fez MBA em empreendedorismo social na FIA– e garimpou por outras ONGs.

"Queria fazer algo, mas não sabia como. Só tinha o rúgbi e os amigos que fiz nele. Então, fundei com eles a Hurra! e levamos um ano e meio para construir o método educativo, hoje repassado a professores da rede pública, os quais acompanhamos de perto."

A metodologia começou em três CEUs de São Paulo. Fez tanto sucesso que bastaram seis meses para que chegasse a 17 unidades –o plano é alcançar os 45 CEUs. Isso significa que 350 crianças jogam o esporte da bola oval, de jeito lúdico –o Rúgbi TAG, em que não há contato corporal, evidente até no trato com Eduardo. "Quem é Eduardo? Não sei. Ah, aquele é o Gargamel!" é o que mais se ouve.

Sim, o apelido recebido aos 17 anos ainda identifica Eduardo. E o jeito como as crianças o cumprimentam também, em toques alegres de dedos e mãos. "A Hurra! é delas. Além de passar valores, como a ética, gosto de ser amigo delas, pois rúgbi não exclui, constrói amizades."

Ele se orgulha do que o esporte é capaz. Como numa manhã na periferia paulista, em duas quadras, com número igual de crianças, em que chamam a atenção meninas onde se jogava rúgbi e os palavrões onde era praticado o futebol. “No rúgbi, se você ou a torcida ofende alguém, o time é punido. E joga gordinho, menina, magrinho”, diz Eduardo.

Enquanto a Hurra! cresce, ele tenta se conter e disseminar um trunfo. “Tenho que me policiar, senão ligam de todo canto e já vou dizendo que faço tudo pelo rúgbi e pelas crianças. Nunca liguei para dinheiro, e o que mais quero é trabalhar nosso Terceiro Tempo, uma terapia em grupo do rúgbi, onde árbitros, times e torcidas confraternizam juntos após o jogo. Na periferia, podemos usar isso para abordar a realidade das crianças. Mas estamos engatinhando, pois requer cuidado.”

Por outro lado, Eduardo, que se diz mais focado após o nascimento da filha, já vislumbra parcerias até na África. “Afinal, se o rúgbi permite que se faça amigos pra sempre, por que fronteiras?”

Galeria

Assista

Conheça mais sobre a Hurra!

A Hurra! desenvolve um método inovador de ensino do rúgbi com foco na replicação via professores de educação física. Tem atuação casada em duas frentes, tanto na replicação do rúgbi quanto no desenvolvimento de uma tecnologia pedagógica de esporte educacional, com aplicação dos princípios do jogo na própria vida.

A Hurra! criou um modelo de capacitação que possibilita multiplicar a modalidade, desconhecida no país. O investimento na cadeia produtiva do esporte tem como principal norteador a Olimpíada-2016, no Rio, e faz parte de um projeto de longo prazo em conjunto com a Federação Paulista de Rugby para sua disseminação em prol da descoberta de atletas potenciais, muitos dos quais fisicamente limitados para a prática de futebol (peso em excesso) ou vôlei e basquete (pouca altura).

Sua popularização reforçará a atratividade da ONG por parte de crianças e jovens, bem como de patrocinadores, gerando um ciclo de crescimento sustentável.
Todo esse movimento tem como direcionador a segunda frente, o esporte educacional, que inova ao reforçar o papel pedagógico da educação física.

A Hurra! não busca implantar o rúgbi pela experiência de especialistas do esporte comum na disseminação de novas modalidades. Utiliza seu conhecimento para formar professores de educação física como transformadores sociais, com o método da IRB (International Rugby Board), principal entidade desse esporte.

A equipe está focada em incentivar a busca pelo desenvolvimento por parte de cada multiplicador.

Dentre os diferenciais que lhe conferem qualidade a sua atuação constam:

  • acompanhamento corpo a corpo de todo o processo, por meio de coaching;
  • parceria com a Prefeitura de São Paulo para atuar nos CEUs (Centro Educacional Unificado) em bairros da periferia;
  • desenvolvimento de tecnologias esportivas pedagógicas inéditas (softwares), a serem introduzidas nos equipamentos públicos para obter gestão, planejamento e controle mais eficientes das atividades realizadas e, consequentemente, desempenho superior na educação pública.

Vale ressaltar que a ONG cria um paralelo entre o esporte e a vida por meio de uma metodologia em desenvolvimento que torna possível abordar assuntos delicados, os quais dificilmente seriam abordados de forma explícita em sala de aula ou em público.

Como exemplos dessas habilidades ou valores podem-se citar a tolerância ao erro, a resiliência que se constrói coletivamente, as reações diante da vitória bem como da derrota, a disciplina e o respeito às regras do jogo, ao diferente e ao adversário.

A Hurra! demonstra crescimento bastante acelerado em sua atuação e na captação de recursos. A ONG fechou 2009 com receita de apenas R$ 4.245, valor que subiu em 2010 para R$ 100 mil, por meio de uma doação única, e pode fechar 2011 com orçamento de R$ 830 mil.

Esse montante equivale, sobretudo, a R$ 615 mil de projetos de lei de incentivo (Lei dos Esportes), não captados até a visita da organização do prêmio.

O restante das receitas provém do convênio com a Prefeitura de São Paulo para o trabalho nos CEUs (R$ 120 mil), o trabalho para a Federação Paulista de Rugby de prestação de serviço na organização de campeonatos e gestão de atletas (R$ 80 mil) e a implantação do projeto Rugby Tag para a CBRu (Confederação Brasileira de Rugby) na realização de eventos (R$ 15 mil).

Principais parceiros: CBRu (Confederação Brasileira de Rúgbi), Federação Paulista de Rúgbi, Mauricio Rolim Amaro (pessoa física) e Prefeitura Municipal de São Paulo.

O projeto Rúgbi nos CEUs beneficia diretamente 350 crianças e 34 professores em 17 unidades do Centro Educacional Unificado em São Paulo.

Já o projeto Cultura Inglesa, de disseminação do “rugby tag” em escolas conveniadas com a patrocinadora, reuniu neste ano 70 crianças e 15 professores de oito instituições: Anglo Leonardo da Vinci (Osasco), Assunção (Jardins), Cristo Rei (Vila Mariana), Dom Bosco (Mandaqui), Mario Schenberg (Cotia/Granja Viana), Mary Ward (Tatuapé), Nossa Senhora das Graças (Itaim) e Santa Catarina (Mooca).

Por meio de consultoria esportiva à Federação Paulista de Rúgbi atingiu 3.000 atletas e 48 times. Por fim, ao término de cada semestre, realiza eventos de confraternização com os alunos e suas famílias. Um deles, em parceria com a Polícia Militar, para aproximação da corporação com a comunidade, reuniu 350 pessoas.

A quantidade de alunos que jogam o rúgbi nos CEUs já equivale a 10% do número total de praticantes de rúgbi no Brasil (3.000) –e tende a crescer rapidamente.
A primeira etapa do projeto consiste em tornar a modalidade conhecida para os alunos da rede.

O trabalho foi iniciado em setembro de 2010 em três CEUs da zona sul de São Paulo e com 60 crianças. A iniciativa chamou a atenção da Secretaria de Educação Municipal, que fez um convite para a ONG implantá-lo em todas as unidades da cidade.
Na primeira fase, o projeto teve a adesão de 17 unidades da zona sul e leste, pelos seguintes CEUs:

  1. Alto Alegre;
  2. Alvarenga;
  3. Azul da Cor do Mar;
  4. Caminho do Mar;
  5. Campo Limpo;
  6. Inácio Monteiro;
  7. Jaguaré;
  8. Lajeado;
  9. Navegantes;
  10. Parelheiros;
  11. Parque Bristol;
  12. Parque Veredas;
  13. São Mateus;
  14. São Rafael;
  15. Sapopemba;
  16. Três Lagos;
  17. Três Pontes.

A proposta é expandir nos próximos dois anos para todas as 45 unidades dos CEUs e, se possível, atender parte das 530 escolas da rede municipal. O projeto prevê ainda expansão para a rede estadual, a fim de atingir uma faixa etária maior, e a criação de núcleos esportivos fora das escolas –ações que devem ampliar sobremaneira o número de participantes.

Por meio do projeto Cultura Inglesa, a Hurra! atuou também em escolas de outros municípios, como Osasco (Grande São Paulo). Agora se prepara para levar a metodologia de “rugby tag” a São Bernardo do Campo, por meio da Fundação Criança, em parceria com o clube Templários.

A organização ainda não sistematizou seus métodos para replicação imediata. Por meio da ferramenta Scrum (registro de atividades e geração de relatórios, com espaços para observações dos multiplicadores, supervisores e coordenadores), está desenvolvendo uma forma de compartilhamento de informações e acompanhamento a distância.

De acordo com os diretores, levam-se dois meses para formar o professor em seu papel de multiplicador. Para aprender o esporte, o mínimo de tempo de aprendizado é de um ano. Por isso faz-se necessário o acompanhamento contínuo de supervisores durante as aulas, para repasse de técnicas esportivas e pedagógicas adequadas.

A prática esportiva é vista como importante para desenvolver crianças e jovens, tanto na dimensão física quanto na psicológica. A ONG trabalha para que o rúgbi seja utilizado para desenvolver habilidades cognitivas importantes para a aprendizagem formal, como o pensamento crítico.

As escolas, contudo, tendem a ter a prática da educação física não associada ao programa pedagógico das outras disciplinas, perdendo um importante espaço (lúdico e coletivo) para desenvolver essas habilidades, bem como valores importantes para a prática da cidadania.

A introdução do rúgbi nessas instituições leva consigo as características únicas desse esporte, muitas vezes erroneamente confundido com o bem mais violento futebol americano –no rúgbi, a maior parte do jogadores nem sequer veste roupas especiais de proteção. Pelo contato físico que as regras exigem, valorizam-se a segurança (própria e do outro) e o espírito coletivo de ”fair play”.

O método da Hurra! é baseado nas regras da IRB, a Fifa do rúgbi, e inclui o coaching para viabilizar o aprendizado e proporcionar ambiente seguro para a criança aprender. Muitas vezes nessas instituições, o professor só fala com aluno para corrigir; no rúgbi, deve elogiar frequentemente o bom passe, incentivando as boas ações. Eles estimulam os alunos o tempo todo por meio de perguntas.

A liderança é usada pelo exemplo, em uma relação de prêmios e punições segundo as regras do esporte. Por exemplo, o atleta tido como “fominha” no futebol ganharia falta no rúgbi; a conduta da torcida também pode prejudicar o resultado da equipe nessa modalidade.

A ONG adota o “rugby tag”, uma adaptação feita ao jogo de tradicional, ideal para iniciação ao jogo e em pisos duros (sem gramado). O tag não envolve contato físico, sendo que a interceptação do atleta é substituída pelo arrancar de uma fita que cada jogador tem de cada lado da cintura e que são presas por velcro a um cinto próprio.

Assim, todo o jogo se desenrola com o objetivo de ultrapassar a linha de fundo adversária, podendo apenas passar a bola para o lado ou para trás (tal como num jogo de rúgbi). Quando a defesa consegue arrancar uma fita do portador da bola, ele já não pode mais correr, sendo obrigado a deixar a bola para um colega da outra equipe.

As atividades da Hurra! estão organizadas em três eixos:

Formação

  • capacitação e certificação internacional ao profissional de educação física envolvido no projeto de acordo com as demandas olímpicas e a metodologia da IRB (International Rugby Board);
  • formação esportiva dos beneficiários para a prática do rúgbi;
  • desenvolvimento das habilidades cognitivas e cívicas dos beneficiários, durante a prática esportiva e, futuramente, no Terceiro Tempo.

Desenvolvimento

  • acompanhamento periódico do desenvolvimento do profissional nas atividades esportivas;
  • avaliação do desenvolvimento dos jovens nas atividades esportivas.

Mobilização

  • promoção de torneios entre as turmas participantes, envolvendo atletas, pais e a comunidade, a fim de fortalecer os vínculos dos participantes;
  • realização de atividades de interferência na comunidade local, em ações coletivas de interesse público, estimulando o protagonismo juvenil para a resolução de problemas.

A atuação acontece da seguinte forma: as unidades que se voluntariaram a participar do projeto enviam para o curso de capacitação um ou mais professores de educação física.

Os professores –que serão os multiplicadores ou transformadores sociais– recebem o conhecimento básico sobre a modalidade e suas regras para poderem ensinar o rúgbi a seus alunos. É feito com eles um planejamento para ensino da modalidade para um semestre, em um total de 24h de capacitação.

Formar multiplicadores é a estratégia da ONG para ganhar escala em um curto período de tempo, já que o “momento olímpico” é considerado a alavanca de oportunidades para a modalidade adotada no projeto.

Durante as aulas nas escolas, os professores são visitados ao menos uma vez por semana por um dos supervisores contratados diretamente pela Hurra! para a função de apoiar na execução do planejamento, bem como sanar dúvidas. Para cada cinco CEUs, existe um supervisor; para cada três supervisores, há um coordenador, que responde diretamente à diretoria da ONG.

A capacitação foi desenhada para acontecer de forma continuada, com um prazo para gerar autonomia de atuação dos multiplicadores, liberando a equipe de apoio para atuar em outras regiões.

O modelo de aproximação com outras entidades, clubes e times visa dar alternativas de continuidade à prática e atender aos anseios dos alunos de jogarem o esporte de alto rendimento, reforçado pelo sonho olímpico.

Com o objetivo de servir de suporte didático aos professores, como auxílio no planejamento do trabalho, bem como facilitar a gestão das atividades, o controle operacional e a geração de indicadores, está sendo implementada atualmente uma ferramenta pela internet batizada de Scrum (nome de jogada comum no rúgbi).

Com ela, os multiplicadores terão condições de planejar suas aulas e ter acesso a um banco de exercícios (com descrições e vídeos), além de poder inserir informações sobre o andamento das atividades em suas unidades. Isso permite acompanhamento a distância, além da supervisão presencial. Atualmente a implantação está na fase de inserção dos vídeos.

A cada 45 dias, as unidades participantes do projeto encontram-se em local que tenha um campo oficial (de futebol ou rúgbi) para a realização de um festival esportivo e de convívio. Nessas ocasiões, os alunos participam de jogos entre si e de clínicas da modalidade com atividades que não podem ser realizadas em quadras sem grama.

No caso dos CEUs, todas as unidades têm alunos misturados, meninos e meninas, para favorecer o convívio com o diferente e sair da zona de conforto, bem como participar dos jogos dentro do espírito do “fair play”.

Consultorias

Ao mesclar a atuação no esporte educacional com a prestação de serviços na cadeia produtiva do esporte, além de promover a melhora técnica do meio, abrem-se frentes de atuação para o esporte educacional. Todo o resultado obtido com os serviços prestados é revertido para o trabalho social.

Atuar nas duas esferas faz parte de uma estratégia em busca da autonomia financeira e interdependência entre os projetos. Gera-se um benefício mútuo, a partir do momento em que o esporte torna-se mais conhecido.

“Você olha para mim e vê que não tenho porte físico para competir com outros meninos. Sempre fui motivo de chacota. No futebol, era o último a ser escolhido e, quando isso acontecia, tinha que agarrar no gol. Eu era meio que humilhado, sabe.

Por isso ficava bravo, meio desobediente, na escola e em casa. Não sou de briga, mas me irritava com meus irmãos e na rua, por qualquer coisa.

Quando soube que teria rúgbi no CEU Navegantes (zona sul de São Paulo), decidi fazer. Era novidade, ninguém conhecia, então achei que, se fosse um dos primeiros, poderia praticar o esporte sem ser excluído.

E vivi minhas maiores emoções aqui: fui jogar torneio, ganhei medalha e fiz gol (try, no rúgbi), vários até, porque não tem essa de eu ficar só no gol, na defesa. Não tem o individualismo do futebol.

Além de ser atividade física, o rúgbi mudou minha vida, porque, no início, eu vim sem tênis. Moro atrás do CEU, pertinho. Mas não tinha tênis para treinar. Em respeito à regra do esporte, vim avisar que ficaria fora até conseguir tênis.

Depois de imaginar que iria embora triste, sem jogar ou por ver o treino de fora, todos, da Hurra! e da turma, se dispuseram a jogar rúgbi descalços naquele dia e até quando eu arrumasse calçado. Foi incrível.

Por isso me sinto numa família, respeitado. Até recebo elogios. E eu levo esse respeito para fora, porque até treino com meus irmãos menores, a Steffany [10 anos] e o Gabriel [8 anos] –são cinco ao todo–, com quem eu só brigava.
Foi aqui que ganhei algo pela primeira vez na vida _uma bola de rúgbi_ e fiz muitos amigos, até de outros CEUs.

Nunca tive sonhos, mas hoje quero ser jogador de rúgbi ou engenheiro. Não sei quem são os caras da seleção, mas só de conhecer o Chubby (Leandro Gevaerd, instrutor da Hurra!), o Mili (Maurício Migliano, diretor técnico) e o Gargamel (Eduardo Pacheco, presidente da Hurra!) já vale.

Foi Chubby quem convenceu meus pais de que o rúgbi é saudável. Minha mãe tinha medo, mas está adorando. Hoje, em vez de brigar, ensino rúgbi em casa. Daqui a pouco vou trazer meus irmãos para o CEU.

Estou mais calmo. Até ganhei massa muscular, não para comprar briga, mas para seguir calmo.

Hoje mesmo, tomei tijolada na cabeça em briga de rua da qual não fazia parte. Antes, eu correria para pegar outro tijolo e esperar o melhor jeito de pegar quem me acertou.

Agora não ligo, só me preocupo em treinar. Pois, do jeito que mudou minha vida, pode mudar meu futuro.”

GUSTAVO BRITO DOS SANTOS, 12, praticante de rúgbi pela Hurra! no CEU Navegantes
 
Patrocínio: Coca-Cola Brasil e Portal da Indústria; Transportadora Oficial: LATAM; Parceria Estratégica: UOL, ESPM, Insper e Fundação Dom Cabral
 

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