É repórter especial. Já foi correspondente em Washington, Nova York, Pequim e Buenos Aires, e editor de 'Mercado'. Escreve aos domingos, a cada duas semanas.
Em tempos de arquitetura bunker, ginásio do São Luís se exibe para SP
Uma padaria 24 horas faz da esquina das ruas Haddock e Luis Coelho uma das mais movimentadas da região da Paulista. Mas como o paulistano mal consegue tirar os olhos do trânsito ou das calçadas esburacadas, nem todo mundo descobriu a nave transparente que pousou sobre a Bella Paulista.
É o ginásio do centenário Colégio São Luís. Em tempos de arquitetura bunker, de muros vedados à observação externa, o ginásio se exibe para a cidade. Suas paredes são inclinadas para aumentar o espaço na laje, que abriga o campo de futebol. Sob ele, o ginásio, com 12 metros de pé-direito, tem arquibancadas para 400 lugares retráteis, no lado interno, o que evitou o obstáculo visual para as generosas árvores na rua. Para evitar o efeito estufa, vidros especiais, chapas metálicas perfuradas e aberturas posicionadas para permitir mais circulação de ar.
Há quebra-sóis de tubos furadinhos, sobre portas deslizantes, que podem se abrir às quadras que ali existiam antes, dependendo do vento. Os jovens arquitetos do escritório Urdi, Alberto Barbour e Alexandre Liba, conseguiram dar visibilidade ao colégio e redimi-lo com as padroeiras da arquitetura, depois da demolição da antiga sede, com entrada para a Paulista. Ali, surgiu em 2000 um caixotão pós-moderno e datado, desperdício de local privilegiado. O novo ginásio não repete o erro.
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