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HÁ 20 ANOS: Collor afirma que ficará na Presidência até o último dia de seu mandato
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JEFFERSON CORREDOR
DO BANCO DE DADOS
Folha, 23.jun.1992 - O presidente Fernando Collor decidiu ontem que vai entrar na Justiça comum de Brasília com ação indenizatória contra o ex-deputado e ex-líder do governo na Câmara, Renan Calheiros.
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Renan declarou em entrevista à Folha que tinha alertado o presidente sobre irregularidades praticadas por Paulo César Farias durante a campanha eleitoral de 1990, quando Calheiros disputou o governo do Estado de Alagoas, e teve o apoio de Collor, com o candidato Geraldo Bulhões, do PSC (Partido Social Cristão).
Em um café da manhã com jornalistas, realizado ontem no Palácio do Planalto, Collor disse enfaticamente que não renunciará ou se licenciará de seu cargo. "Ficarei até o último dia de meu mandato", afirmou.
Também ontem, o advogado do presidente, José Guilherme Villela, solicitou na Justiça federal de São Paulo que o ex-presidente da Petrobras, Luiz Octávio da Mota Veiga, preste esclarecimentos sobre declarações que deu em entrevistas da semana passada.
Mota Veiga disse que a base do poder do empresário PC Farias seria fornecida pelo próprio presidente da República. Collor quer que Mota Veiga seja ouvido na CPI sobre PC no próximo dia 30 de junho.
Ilustração/Glauco | ||
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BRASIL
O presidente Fernando Collor de Mello tentou ontem tirar do noticiário as especulações de que poderia renunciar, ao oferecer um café da manhã para um grupo de jornalistas no Palácio do Planalto. Nos 76 minutos do encontro, disse várias vezes que a renúncia estava descartada.
Collor chegou a se mostrar espantado com o clima criado pelas denúncias de corrupção feitas por seu irmão, Pedro Collor, que o envolveriam com PC Farias. Ele questionou diversas vezes os jornalistas com perguntas, como "Meus Deus, onde estão querendo chegar e o que estão querendo? Querem de alguma maneira implicar a Presidência da República e o governo?".
Durante o bate-papo, o presidente disse que vai continuar processando pessoas que lancem acusações caluniosas ao governo. Chegou a dizer, citando o artista norte-americano Andy Warhol, que aqueles que o acusam procuram apenas notoriedade, como aqueles que querem ter seus "15 minutos de fama".
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MUNDO
O presidente da Moldova, Mircea Snegur, declarou ontem que seu país já está em guerra com a Rússia. Segundo a agência de notícias russas Itar-Tass, a tensão é motivada pelo ataque de forças moldávias a um depósito de armas de separatistas russos. Na ação, 26 militares russos morreram.
A Moldova, país independente cuja maioria da população é de origem romena, enfrenta o separatismo da minoria russófona. Os russos moldávios dizem que o governo está preparando a reunificação com a vizinha Romênia, o que poderia diminuir a influência dos russos no país --eles respondem por cerca de 14% da população da Moldova.
Com o fim da União Soviética em 1990, os separatistas de origem russa, apoiados pelo Kremlin, proclamaram a República Moldava da Transnístria, região independente localizada na fronteira oeste da Moldova. Desde então, crescem os conflitos entre os moldávios de origem romena, que não reconhecem o Estado, e os de origem russa.
"Eu não sou covarde", discursou Snegur no Parlamento, reunido em sessão de emergência para votar a declaração de guerra. Segundo os separatistas russos, a Moldova mobilizou ontem cerca de cem carros blindados na fronteira com a República da Transnístria para atacar Tiráspol, a capital dos insurgentes.
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CULTURA
Sérgio Andrade - 24.jun.92/Folhapress |
O cantor norte-americano Ronnie James Dio, do Black Sabbath |
Vinte anos depois do seu auge, o Black Sabbath vem ao Brasil, para sua primeira apresentação no país. O público brasileiro, já acostumado a esses atrasos históricos, deve lotar hoje o Olympia e prestar seu tributo a essa que é uma das bandas mais influentes da história do rock.
O grupo, que nasceu em 1968 em Birmingham, cidade industrial de Inglaterra, foi um dos pioneiros do estilo que seria mais tarde chamado de heavy metal, um som pesado, lento e distorcido, com letras pessimistas que falam sobre guerra, conflito de gerações e falta de perspectivas.
A banda lançou seu primeiro LP, homônimo, em 1970. Sua formação original era Ozzy Osbourne (vocal), Terry "Geezer" Butler (baixo), Tony Iommi (guitarra) e Bill Ward (bateria). Com a saída de Ozzy em 1978, o grupo convocou o veterano Ronnie James Dio para assumir o microfone.
Dio se saiu bem na missão de substituir o carismático Ozzy e já gravou quatro álbuns com o Black Sabbath: "Heaven and Hell", "Mob Rules", o duplo ao vivo "Live Evil" e "Dehumanizer", o mais recente álbum do grupo.
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ESPORTE
Uma seleção de reservas, que nem imaginava participar do torneio, vai disputar com a Alemanha o troféu da Eurocopa de 1992. Incluídas no torneio por causa do banimento da Iugoslávia, que está em guerra civil, a Dinamarca bateu a Holanda na cobrança de pênaltis e destruiu os sonhos holandeses de um inédito bicampeonato.
No tempo normal e na prorrogação, a disputa terminou em 2 a 2. Nos pênaltis, os dinamarqueses venceram por 5 a 4. Efetivamente, mais a Holanda mereceu perder do que a Dinamarca fez por ganhar. Culpa do técnico holandês Marinus "Rinus" Michels, que, em uma única decisão, dilapidou a melhor defesa da história de seu país.
No lugar de Barry van Aerle, que atua pela direita, Michels colocou Adri van Tiggelen, marcador da esquerda. E a posição de Van Tiggelen foi ocupada por Frank de Boer, que prefere jogar no meio.
A Dinamarca saiu à frente aos 5min, em uma bola cruzada por Brian Laudrup e cabeceada por Henrik Larsen, falhas de De Boer e de Van Tiggelen. A Holanda igualou aos 23min, em um chute de Dennis Bergkamp. A melhora do time holandês, porém, foi abalada aos 32min, com um petardo do mesmo Larsen, sem proteção nenhuma.
Aos 25min do segundo tempo, Henrik Andersen, a estrela dos dinamarqueses, teve uma contusão e saiu de campo. Sem ele, a Holanda se reanimou e, aos 41min, Frank Rijkaard se aproveitou de um rebote e empatou em 2 a 2. O resto é história, em mais uma das zebras do futebol mundial.
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FRASE
"Chegou a hora de dar um basta. O povo não suporta mais as mentiras"
FERNANDO COLLOR DE MELLO
o presidente da República, em mensagem oficial para as redes de rádio e TV, sobre as denúncias de corrupção que o envolvem.
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50 pessoas morreram, a maioria crianças, e outras 600 ainda estão sofrendo de um tipo verruga chamada de "doença de Carrión", que se manifesta cobrindo parte do rosto e das mãos dos doentes. As calosidades na pele, na verdade, são sintomas de uma doença infecciosa provocada pela bactéria Bartonella Bacilliformis, que pode causar desde anemia e febre aguda a graves problemas no fígado. A enfermidade, que também é conhecida como "febre de Oroya", atinge comunidades no Peru, Equador e Colômbia.
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