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20/06/2012 - 15h52

HÁ 20 ANOS: Collor tenta amenizar crise com pronunciamento em rede nacional

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JOCIMARA RODRIGUES
DO BANCO DE DADOS

Folha, 22.jun.1992 - O presidente Fernando Collor de Mello transmitiu ontem, em rede nacional, um pronunciamento se defendendo das acusações de envolvimento com o empresário Paulo César Farias e seus negócios irregulares.

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Lembrando o apelo que fez durante as eleições presidenciais, Collor pediu: "Não me deixem só. Eu preciso de vocês." Foram seis minutos e meio de esclarecimentos e ameaças contra aqueles que o acusam de corrupção.

Desde o início do caso PC, este foi o segundo pronunciamento do presidente sobre o caso. Este último foi em resposta às declarações do ex-deputado e ex-líder do governo Renan Calheiros, que acusou o presidente de ter tido conhecimento das atividades de PC Farias no governo. Renan declarou em várias entrevistas que quando era líder do governo, alertou pessoalmente Collor sobre as atividades de PC.

No discurso transmitido ontem, Collor rebateu as acusações num tom de indignação. A aparência do presidente era cansada e ele se mostrou exaltado em alguns momentos. Collor também atacou a cobertura feita pela imprensa sobre o caso. "Existe uma crise real, ou uma soma de denúncias ainda não comprovadas que alimenta reportagens sensacionalistas?", disse.

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BRASIL

Depois de cinco anos de exploração de minério na Serra do Ipitinga, no Pará, a Mineradora Transamazônica (MTA) abriu falência e abandou as atividades na região. Os representantes da empresa, pertencente à North Brazilian Mining, de Hong Kong, declararam que a região é rica em Malária e pobre em ouro.

A MTA pagou US$ 1,5 milhão por duas jazidas de ouro em 1985, baseada em pesquisas realizadas pela Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM), que apontava a área como a "nova Carajás".

A pesquisa da CPRM estimou as jazidas em 2,2 toneladas. A MTA conseguiu extrair, de 1986 a 1990 apenas 213,6 kg de ouro. Em 1991, extraiu apenas 2,1 kg. A MTA pretende pedir de volta o dinheiro pago pelas jazidas.

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MUNDO

O líder dos direitos civis dos negros, Nelson Mandela, anunciou ontem a suspensão do diálogo com o governo de minoria branca da África do Sul. A decisão foi tomada em resposta ao massacre de 39 negros no gueto de Boipatong, há dois dias. O Congresso Nacional Africano (CNA) responsabiliza o governo pelo massacre.

A decisão de Mandela pressiona o governo a resolver o impasse em que se encontram as negociações para a transição do apartheid para uma democracia multirracial. Nesse sentido, o governo de Frederik de Klerk será o mais prejudicado com a suspensão das negociações, já que o prolongamento do apartheid pode implicar numa recaída da África do Sul no isolamento internacional que maltratou seriamente a sua economia.

Em contrapartida, Mandela anuncia sua disposição de solicitar uma sessão especial do Conselho de Segurança da ONU para discutir a violência, mas por enquanto, as negociações diretas estão emperradas.

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CULTURA

A TV Manchete está preparando um especial sobre Caetano Veloso que deve ir ao ar na primeira semana de agosto, coincidindo com as comemorações de 50 anos de vida do cantor,. no dia 7.

O especial é baseado num show que Caetano apresenta hoje, no Imperador, no Rio. A direção do programa é de Walter Sales Jr e de José Henrique a Fonseca. A emissora prevê que serão compiladas cerca de 20 horas de filmagens, que serão editadas em cinco programas de uma hora de duração cada.

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FRASE

"Não me deixem só. Eu preciso de vocês."

FERNADO COLLOR DE MELLO,

Presidente, pede apoio dos brasileiros em pronunciamento transmitido em rede nacional.

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Á devolução de jazidas de minérios é comum no Pará. Em 1985, um ano depois de terem gasto US$ 10 milhões, as empresas devolveram à Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM) as jazidas de ouro aluvionário (no rio) adquiridas em concorrência. Não receberam nada de volta.

Na época, o presidente da Associação dos Mineradores do Tapajós, Jairo Carvalho, disse que a CPRM não tinha conhecimento prévio da área. Em sua defesa, os técnicos da CPRM alegaram que as empresas, que eram do ramo de construção, falharam na extração de ouro por inexperiência.

 

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