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Às portas da Eco-92, exposição mostra harmonia de esquimós com o ambiente
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DANILO JANÚNCIO
DO BANCO DE DADOS
Folha - 3.mai.1992 - A arte e a vida dos esquimós, um povo que vive em regiões frias e quase inóspitas, chegam à quente cidade do Rio de Janeiro em junho, coincidindo com a realização da Eco-92.
A exposição "Mestres do Ártico" promete, através 150 obras feitas por esquimós, retratar um pouco a harmonia desse povo com o meio ambiente. O que para nós pode parecer um crime ecológico --como a caça à baleia e a utilização de sua farta carne para alimentação e de sua gordura para produzir óleo para aquecimento e iluminação--, para eles é uma questão de sobrevivência.
Todos os trabalhos foram feitos por esquimós, ou melhor, pelos "inuit", como preferem ser chamados. Inuit quer dizer "povo" na língua deles, ao contrário de "esquimó", nome dado por estrangeiros e que quer dizer "comedor de carne crua".
"Entre os inuit o uso da vida selvagem é um uso estratégico, ela é raramente abusada", diz Christopher Stephens, historiador e curador da exposição, que acontece no Museu Histórico Nacional. Para Stephens, os inuit são um dos melhores exemplos de um grupo humano com impacto reduzido no meio ambiente e têm muito a ensinar sobre isso.
Ele considera "hipócrita" a atitude de países que exterminaram sua vida selvagem e hoje querem passar por bons mocinhos. No caso das baleias, foi a atividade baleeira industrial de japoneses, norte-americanos e europeus que levou esses mamíferos ao perigo de desaparecerem dos oceanos.
As cenas retratadas pelos artistas inuit fazem parte de seu cotidiano e muitos trabalhos mostram o papel vital do ambiente como meio de proporcionar a sobrevivência. Atualmente, existem 25 mil inuit espalhados por Canadá, Alasca, Groelândia e Sibéria.
A exposição é patrocinada pela Fundação Ambiental Amway e pelo governo do Canadá, além de entidades da antiga URSS.
Reprodução | ||
"Cortando a baleia", entalhe feito em madeira por Agnes Nanogak e Louie Nigiyok, esquimós no norte do Canadá |
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BRASIL
O setor de Pastoral Social da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) lançou ontem documento onde afirma que o acordo entre o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o governo brasileiro é responsável pelo quadro de recessão que afeta o país.
O ataque da CNBB chega durante o quarto dia da 30ª Assembleia Geral da entidade, que acontece em Itaici, distrito de Indaiatuba (SP). Para o presidente da CNBB, d. Luciano Mendes de Almeida, o ajuste econômico "tira dinheiro de áreas sociais como a educação e a saúde, que já estão sofrendo de uma crítica falta de verbas".
Segundo o documento, o acordo com o FMI baseia-se no conceito de que o ajuste recessivo pode fazer o país retomar o crescimento econômico. No entanto o texto diz que isso é uma "falácia". "No Brasil, quanto mais cresce a economia, mais ela se torna desigual."
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MUNDO
O presidente da Bósnia-Herzegovina, Alija Izetbegovic, afirmou ontem a uma rádio local que estava sendo detido logo ao chegar de Lisboa e desembarcar em seu país. Segundo ele, o Exército iugoslavo já o aguardava no aeroporto.
Na capital da Bósnia-Herzegovina, Sarajevo, representante do Exército iugoslavo afirmou que sofreu "pesadas baixas" em combates nas ruas da cidade. Muitos soldados foram mortos ou feridos e estão sendo recusados nos hospitais.
Os confrontos começaram no sábado, quando forças bósnias cercaram o clube militar de Sarajevo e exigiram a rendição de seus ocupantes. Carros blindados do Exército chegaram ao local e encontraram forte resistência.
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COTIDIANO
A partir do dia 20 de setembro, todo brinquedo que chegar às lojas deverá ter um certificado de qualidade Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial).
A medida vai atingir os cerca de 6.000 brinquedos nacionais e importados comercializados no país, que movimenta um mercado anual de US$ 800 milhões e envolve 300 empresas.
Laboratórios do Inmetro ou institutos credenciados examinarão amostras de brinquedos para emitir o certificado. Serão verificados desde a utilização de tinta tóxica, pontas perigosas e partes pontiagudas até recheios de bonecas, passando pela indicação da idade da criança a que o brinquedo se destina.
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CULTURA
Luciana Whitaker - abr.1992/Folhapress |
Malu Mader, que vive jovem dos anos 60 em "Anos Rebeldes" |
Pela primeira vez na dramaturgia brasileira, com a minissérie "Anos Rebeldes", a Rede Globo vai abordar a vida do país sob o regime militar nos anos 60.
Escrita por Gilberto Braga e Sérgio Marques, deve estrear em julho e deve receber também cenas de documentário sobre o período.
Na montagem, a atriz Malu Mader adota franja e cigarro para viver a personagem Maria de Lurdes, típica garota da época. A trama se passa no Rio de Janeiro e tem como pano de fundo o movimento estudantil e a luta contra a ditadura brasileira.
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FRASE
"A sigla deveria ser PDN, Partido da Destruição Nacional, para sintetizar fielmente a atuação do governo."
JOSÉ FORTUNATI,
deputado federal pelo PT-RS, sobre a intenção do presidente Fernando Collor de deixar o PRN (Partido da Reconstrução Nacional) e criar um novo partido, o PSOL (Partido Social Liberal)
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Leia mais no Acervo Folha
Em março de 1992, um grupo de escoteiros apagou acidentalmente na França pinturas rupestres com cerca de 13 mil anos de idade. Voluntários em um programa de limpeza de pichações em cavernas, eles apagaram dois bisões que datam do período paleolítico.
As pinturas estavam na caverna de Mayrière, na cidade de Bruniquel, no sul do país. O Ministério da Cultura da França decidiu processar os responsáveis pelo programa e quer que o caso sirva de exemplo de agressão ao patrimônio cultural.
Todos os garotos voluntários eram menores de idade e receberam um treinamento rápido e uma relação de cavernas onde deveriam fazer a limpeza.
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